domingo, 22 de agosto de 2010

Entrevista: Educação Inclusiva

Para esclarecer as dúvidas sobre o processo de inclusão de alunos com necessidades especiais, o Conexão Professor entrevistou a professora e psicopedagoga Roseni Silvado Cardoso, coordenadora de Educação Especial da Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro. Ela é responsável pela implementação na escolas da rede da política de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva.
Conexão Professor (CP) - O que é necessário para incluir um aluno com deficiência na escola? Roseni Cardoso - Termos professores com formação profissional que atendam às necessidades educacionais especiais dos alunos com deficiência e escolas adaptadas nos aspectos arquitetônicos e pedagógicos, centrados nas necessidades de aprendizagem desses alunos.
CP - Quais são os cuidados e as orientações vitais para iniciar esse processo?
Roseni Cardoso - Em primeiro lugar, são necessários orientação e apoio à inclusão, por intermédio de um programa de sustentabilidade de alunos com deficiência, no qual são propostos objetivos e metas a serem alcançados a curto, médio e longo prazo. A participação dos diversos segmentos sociais envolvidos na educação, como professores, gestores, supervisores, coordenadores, orientadores, alunos e familiares é fundamental neste processo. Nesse programa devem estar presentes todos os aspectos referentes à inclusão escolar, como acessibilidade física, curricular e pedagógica por meio de material adaptado às diversas necessidades de aprendizagem dos alunos. Este material pode ser oferecido pelos professores das classes comuns e também por intermédio do Atendimento Educacional Especializado nas Salas de Recursos Multifuncionais para a garantia do acesso, permanência e êxito dos alunos com deficiência nas salas comuns e em seu aprendizado escolar.
CP - Quais são as deficiências mais fáceis para serem contornadas? E as mais difíceis?
Roseni Cardoso - O que é mais fácil ou mais difícil de ser contornado não se refere às deficiências dos alunos, mas sim ao que falta às escolas para atender adequadamente às necessidades desses alunos. Assim, não é possível afirmar sem cometermos equívocos o que é mais fácil ou difícil de se realizar nesse momento. Mas, é possível dizer que as escolas públicas estão enfrentando desafios pedagógicos significativos quanto à inclusão de alunos com deficiência mental (em seus diversos níveis), que requerem adequações e adaptações curriculares à sua condição de aprendizagem e a valorização das dimensões humanas e sociais em detrimento das competências cognitivas.
CP - Como superar os possíveis preconceitos? Roseni Cardoso - A superação do preconceito manifestado contra alunos com deficiência será possível exclusivamente pela experiência entre alunos com e sem deficiência estudando juntos na mesma sala de aula. A inclusão permite que os alunos sem deficiência conheçam colegas que são diferentes deles e os alunos com deficiência descubram que ser diferente não significa ser desigual ou incapaz. Todos se beneficiam da inclusão. A inclusão, com todas as suas contradições, é fundamental no entendimento e superação do preconceito contra pessoas com deficiência.
CP - Como trabalhar com os alunos não-deficientes para que eles aceitem os deficientes?
Roseni Cardoso - Por intermédio da experiência espontânea, ou seja, o professor, ao tomar conhecimento que receberá alunos com deficiência em sua turma, conversará com seus alunos sem deficiência sobre diferenças humanas, físicas, cognitivas, sensoriais, entre outras. Pode exibir, com dinâmica de grupo, um filme, um desenho animado sobre deficiência, um documentário, ler um livro (dependendo da faixa etária de seus alunos). Na conversa informal após a exibição do recurso pedagógico escolhido, o professor identificará os principais estereótipos presentes na formação de seus alunos por suas falas, respostas. O professor sendo sensível à inclusão e esclarecido com conhecimentos elaborados em seu processo de formação (inicial e continuada) identificará esses estereótipos, contribuindo assim para que seus alunos percebam seus equívocos quanto aos colegas com deficiência e os recebam, como certa vez ouvi de crianças sem deficiência em processo de acolhimento de colegas com deficiência, "de braços abertos". Sobretudo, é isso que devemos trabalhar na aceitação dos alunos/pessoas com deficiência, ou seja, a possibilidade de todos 'abrirem os braços'.Para concluir, pensamos ser a escola um espaço privilegiado, um terreno fértil para introduzir e fortalecer a ideia da inclusão dos alunos com deficiência, de maneira a estender às famílias e aos outros grupos sociais, essa nova concepção e esse novo paradigma. Temos clareza de que são muitas as barreiras e os desafios que ainda precisamos enfrentar e superar, mas também temos a certeza de que a inclusão escolar/educacional é um processo positivamente irreversível.
Carolina Nunes

6 comentários:

  1. A iniciativa muito importante para a
    concientização dos alunos que não são portadores de necessidades especiais ,a busca por sensibiliza-los para uma realidade que está ao nosso lado mas nunca percebemos,pois não sentimos na pele as dificuldades que um portador de necessidades especiais passa em seu dia a dia.
    Para esse alunos que não são portadores de necessidades especiais e importante que o professor faça ele passar pela experiência de ter uma deficiência simulandoa.
    Com esse trabalho o professor está formando alunos capazes de perceber que o portador de deficiência tem suas limitações,mas é capaz de fazer muitas atividades inclusive o esporte

    ResponderExcluir
  2. A inclusão é realmente um tema muito polemico, mas de grande importância, tanto para o aluno com a deficiência tanto para o sem que aprende a lidar com as diferenças passando por cima do preconceito e vendo que essas crianças são como eles e precisam e merecem estudar numa escola como eles. Mas também não adianta incluir um aluno em um colégio que não tenha a infra-estrutura adequada, é necessário todo um aparato para que esse aluno seja tratado de forma diferenciada.

    ResponderExcluir
  3. A inclusão hoje é dia é algo que esta crescendo progressivamente.Nós como prefessores temos que saber nos socializar com todos os tipos de deficiencia,seja ela fisica ou mental.E temos tambem que passar isso para os nossos alunos que de fato nao tem uma "deficiencia" visivel que ira nos trazer algum tipo de adaptação.Portanto temos que saber ensinar aos nossos alunos a cooperacao e socializacao para os demais,independente de sua necessidade.Estamos aqui para ensinar e ajudar um ao outro,onde quem da e quem recece sente-se importante,principalmente entre os alunos.A auto estima é de suma importancia na cooperacao entre alunos-alunos.

    Natalia Soares

    ResponderExcluir
  4. É muito importante que os deficientes físicos e mentais sejam incluídos no sistema de educação pois todos são membros da sociedade e se expressam melhor quando instruído e conscientes de seu potencial, coisa que a educação adequada pode estimular.

    ResponderExcluir
  5. Bem, a inclusão hoje em dia não é mais algo tão problemático como há algum tempo, hoje temos professores muito bem qualificados e instruídos para que todos os alunos sejam beneficiados independente das suas indivídualidades.
    Vejamos que algum tempo atrás as crianças com necessecidades especiais não tinham espaço na sociedade, hoje graças a eduacação física inclusiva, muitos que tiveram a sorte de usufruir, estão trabalhando e nos ensinando muitas coisas não só em âmbito profissional, como no dia a dia!!!

    Fillipe Vicente

    ResponderExcluir
  6. a inclusão de alunos especiais em escolas pode ser bem sucedida mais facilmente por causa dos meios tecnicos e estudos avançados e a facilidade das informações serem divulgadas mais rapidamente, qualificando assim n só aos professores de educação física, mas ao todo esse contexto de gestores, as escolas em si e suas famílias.
    hoje em dia se tornou mais aceitável devido as informações sensibilizadoras aos alunos dada através do professor de educação fisica ou iformações demasiadas em internet, televisão, jornais e etc.
    mas n devemos jogar a responsabilidade somente em cima dos professores ou das redes de escolas, tudo começa com a educaçao em casa, os pais assumem um papel crucial ao educarem seus filhos para o mundo que os cercam, tanto pais de filhos especiais quanto pais de flhos não especiais e depois há também uma grande responsabilidade do estado maior de cada cidade preparar suas escolas com os devidos materiais para a chegada desses alunos especias para que as aulas sejam dadas com mais facilidade e variedade de opções.
    intao para que a inclusão desses alunos seja um verdadeiro sucesso n basta apenas promover projetos e escrever cronogramas, mas sim mudar toda uma mente social e prepará-la de verdade para as diversidades que ela os proporcionará.

    ResponderExcluir