segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Representações e práticas sociais

Subjacentes às considerações, referentes às representações e às práticas sociais, circulam quadros compreensivos do ser humano que se situam entre uma definição ontológica, epistemológica e antropológica.
Sem dúvida, a demarcação ontológica e epistemológica mais decisiva e influente é a que emana do modelo clínico.
Neste sentido, o ser humano com limitações orgânicas é socialmente interpretado como incompleto e funcionalmente deficitário.
Conforme Lev Vygotsky (1997) uma vez definiu, a deficiência orgânica tem sua melhor e mais cabal leitura como uma deficiência social.
Possivelmente dentre os teóricos do século XX, aquele cuja abordagem mais significativamente enfocou a pessoa com deficiência foi a do pensador russo Lev Semionovich Vygotsky (1896-1934). A abordagem de Jean Piaget, através dos trabalhos de Bärbel Inhelder (1971), também serviu para interpretar tal problemática, basicamente enfocada na deficiência mental. Inhelder desenvolveu estudo com cerca de 80 pessoas com deficiência mental, aplicando os procedimentos de avaliação psicogenética, conforme a escola genebrina, e concluindo que essas pessoas não teriam condições de atingir uma condição cognitiva como as demais pessoas.
Assim, as conclusões empírico-teóricas de Inhelder apontaram, primeiro, para o progresso intelectual mais lento dos sujeitos com deficiência mental, e, segundo, para a restrição evolutiva dos mesmos, ou seja, adquiririam no máximo uma capacidade cognitiva operatória concreta.
Conceitos básicos para tal interpretação eram os conceitos de oclusão operatória (interrupdoção do crescimento intelectual) e viscosidade cognitiva (enrijecimento gradual da capacidade cognitiva).
Hugo Otto Beyer
Inclusão: Revista da educação especial
Agosto de 2006

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